Ego Imperial.

Hoje não quis levantar cedo, não quis ouvir o barulho dos carros na rua e nem pegar ônibus. Hoje o meu ego apenas desejou ter a sensação de cócegas causadas por seus cabelos, e de calor exagerado por causa de seus abraços. Ainda bem que a resposta veio logo, mas não como desejada! Veio em forma hostil e direta como uma lança que perfura o ar e chega em seu objetivo com impacto. Meu desejo foi automaticamente fragmentado  em zilhões de pedaços e "colado" com um goto-seco e amargo que dei na hora da resposta. 

Talvez tenhamos de ver os dois lados da moeda pra saber o real valor de cada coisa, porque pra ser mercador tem de ter o que vender, mas precisa-se comprar ou pagar por algo. 

Pilares sacudidos, chão sujo de uma batalhada |Que ainda não terminou| provam que estou ferido, cansado e com o meu coração entristecido. Contudo, as ordens são para não abandonar o campo-de-batalha até que a princesa seja recuperada, que tenha o seu casamento preparado e um novo reino comece. No fim do dia os cavalos vão descansar, as espadas são guardadas e eu me preparo pra um novo dia em terras desconhecidas... Vou sonhar com a princesa e no dia seguinte me decepcionar novamente pois vejo que ainda há muita guerra pela frente.

  - Princesa! Volta para suas terras e traz de volta a alegria que antes era tão presente, perdoa o teu rei, enriquece nosso castelo com teu olhar e garante um legado perfeito. Vem correndo ou montada em meu cavalo imperial, usando suas lindas jóias e sua majestosa maquilagem refletirá a luz da manhã dourada com cheiro de terra e flores-do-campo. Volta princesa!!!

Tal suplico é relevante aos olhos e ouvidos da futura rainha, porque o som é distorcido pela masmorra e pelo barulho da porta enorme que balança com o vento. 

Mesmo ela estando "presa" ela tem liberdade de voltar a hora que quiser, basta que sinta vontade. Tomara que acorde e veja que dentro de seu castelo ela é quem reina de verdade, que é só ela quem satisfaz o ego do rei barbudo e barrigudo que gosta de brincar, pois não existe bobo-da-corte que o anime tanto e nem tampouco tortas que o façam sentir tão bem quanto ter sua rainha de volta.

Sonha rei... Sonha... Quando acordar quem sabe ela não te traz o teu café da manhã?